Capítulo 13 – Você pode me vender!

Três guardas de Leon chegaram no clube, e puxava à força Aurora para o escritório de Hanzel.

Ela estava suja de terra, o seu corpo estava trêmulo, e o seu rosto demonstrava o terror que havia vivido naquele pequeno percurso com Patrícia.

Patrícia estava beirando a insanidade quando pediu para o guarda amarrar Aurora, e jogá-la dentro da cova que já estava preparada perto da floresta, à 35km de Watervill.

Patrícia só não foi mais em frente com o seu plano maligno, porque o motorista ouviu barulhos dos motores dos carros dos homens de Leon chegando perto.

A intenção de Patrícia era enterrá-la viva, e deixá-la ali por algumas horas para que ela aprendesse a nunca mais se aproximar de Nate.

Mas, não havia como mais executar esse plano até o final, porque se ficasse ali iria ser descoberta. E Nate não podia nem sonhar que ela estava arruinando o seu plano de fuga.

Antes que Patrícia e o motorista pudessem escapar de lá, ela pegou a pá, e começou a fingir que ia enterra-lá, só para ouvir os clamores da mulher implorando pela sua vida.

E depois disso, eles fugiram de lá, deixando Aurora amarrada, e jogada naquele buraco.

Lembrando do terror que viveu, Aurora andava atrás daqueles guardas somente olhando para o chão, ainda tentando entender como Patrícia estava naquele carro quando ela conseguiu escapar do clube.

Será que Nate era capaz de tramar essa armadilha só para ver ela sofrer mais? Por que eles não a deixavam em paz? Ela já tinha deixada muito claro no passado que o melhor seria eles dois se afastassem.

Será que ele só armou tudo isso por causa daquela ligação da noite passada?

Aurora saiu do seu transe quando o guarda a empurrou bruscamente para dentro do escritório. Ela caiu no chão.

Ela levantou o rosto, e olhou todos em sua volta. Os seus olhos ainda estavam distantes quando encarou o rosto de seu pai, Thomas, e Ranya.

Mas, quando ela viu Jessica com um guarda segurando uma corda em seu pescoço, então se encabulou, reuniu todas as forças que lhe restava, e rugiu pela justiça da mulher:

“Soltem ela, agora! A culpa é toda minha! Eu mereço ser punida! Ela não merece sofrer por nada disso!” Ela encarou o seu pai com fúria, tentando se levantar.

Quando Hanzel ia extrapolar o seu enfurecimento batendo no rosto de Aurora, Thomas a puxou para trás afastando ela do movimento.

Hanzel cambaleou um pouco pra frente, quase caindo por causa do impulso da força que pretendia colocar ao bater em Aurora.

Quando viu que não conseguiu atingi-la, ele fechou os punhos, e franziu os lábios.

“Senhor Hanzel, tenho ordens de entregar Aurora para senhor Leon sem nenhum arranhão. Se agir assim novamente, teremos que tomar uma providência mais ríspida.” Thomas alertou Hanzel com um tom casual.

Hanzel engoliu seco, e recompôs a sua postura. Direcionou os seus olhos para Jessica com crueldade, e gritou: “Estrangule-a!”

“N-n-não, por favor, senhor Hanzel…tenha piedade.” Implorou Jessica com uma voz sufocada pela corda.

“Não! Pare! Pare agora!” Aurora gritou correndo para a direção dos guardas que estavam com a corda no pescoço de Jessica a enforcando. Mas, Thomas a impediu, pois queria evitar um confronto.

“E você, por acaso acha prazeroso me fazer perder 100 milhões de dólares, Aurora? Tentando fugir de novo? Sorte a sua que não posso enforcar você hoje!” Hanzel cuspiu essas palavras, se virando para olhar a filha.

“Pai! Por favor! Não faça isso! Solte ela agora! Sou eu que mereço isso! Eu não vou tentar mais fugir! Faço tudo! Parem de enforcá-la agora!” Aurora estava em prantos desesperada, tentava fugir das mãos de Thomas para ir em direção dos guardas que tentava enforcar Jessica.

“Garota estúpida!” Hanzel xingou ela, ignorando as suas súplicas.

Jessica já estava vermelha, ao ponto de ficar sem fôlego.

Aurora se jogou no chão, ficou de joelhos, e foi quase rastejando aos pés de Hanzel.

“Por favor, eu te imploro, faço tudo! Caso com o senhor Leon Ferri sem hesitar! Vou me comportar, eu prometo! Eu aceito o acordo! Você pode me vender! Nunca mais vou fugir! Salve Jessica, pai! Salve imediatamente! Deixe ela ir!” Aurora não suportava olhar para aquela mulher sendo assassinada na sua frente, ela se sentia culpada por tudo que Jessica estava passando. Não ia suportar viver com àquela dor.

Jessica já estava fechando os olhos, ainda se mexendo desesperadamente para procurar ar.

Ao ver a filha se humilhando, Hanzel deu um sorriso de canto. Ele estava satisfeito que não precisou bater para ver ela de joelhos no chão de novo.

“Parem!” Hanzel ordenou aos guardas.

Jessica caiu no chão tentando conseguir ar. Todo aquele barulho dela tentando recuperar o fôlego era agonizante no coração de Aurora.

Aurora correu até Jessica, se agachou, e a abraçou forte aliviada ao ver que ela ainda conseguia respirar.

Jessica não sabia o que dizer ao ver aquela mulher sacrificando o seu futuro pela sua vida. Nunca achou que a filha de Hanzel chegaria ao ponto de salvar a sua vida.

Ela não compreendia muito bem toda a situação, não sabia de qual acordo Aurora se referia, mas agora ela podia enxergar que, talvez, o que diziam dessa garota por aí não passava de uma mera enganação.

“Ajudem elas, covardes! Chamem o médico!” Aurora olhou para os guardas que estavam apenas observando.

“Uzi, tire Jessica daqui! Ranya, você já sabe o que fazer!” Hanzel ordenou, lançando um olhar suspeito para Ranya. Ela assentiu, entendendo muito bem o que ele queria dizer.

Logo, Jessica foi tirada do abraço de Aurora, ela ainda estava fraca, mas o seu olhar dizia que as coisas não ficariam fáceis para ela no clube.

Antes dela ser puxada, ela apertou a mão de Aurora, e os seus lábios se movimentava dizendo a palavra: “Obrigada.”

Aurora apertou mais forte a sua mão, antes dela ser puxada a força, e ver o seu corpo desaparecendo do escritório, junto com Ranya.

Aurora respirou fundo, se levantou, virou para o seu pai, e disse: “O que vai acontecer com ela?”

“Ela já está salva, não é? Agora você só tem que se preocupar com aquilo que me prometeu, ou pode ter certeza que você terá notícias perturbadoras de Jessica. Você não quer que ela pague com a vida por causa das suas atitudes, né, docinho? ” Hanzel fez a última pergunta com um tom irônico.

Ele aproveitou da situação toda para manipular Aurora com a vida de Jessica, pois sabia que ela se sentia culpada por incluí-la em sua fuga.

“Sim, não se preocupe, eu cumpro com aquilo que prometo. Não faça nada com ela, não a machuque, e nem a torture.” Aurora disse firmemente, olhando para o pai.

Hanzel deu um sorriso de escárnio, e começou a circular ao redor de Aurora.

“Olha só para você: suja de terra! Onde foi que se meteu?” Hanzel perguntou, esnobando-a.

“Ela foi encontrada em uma cova!” Um guarda de Leon se intrometeu.

“Em uma cova?” Hanzel bufou, e deu uma risadinha baixa.

“Andou incomodando alguma esposa de algum homem por aí, filhinha? Logo no seu primeiro dia, já foi seduzir um homem casado, acreditou que ele queria te tirar daqui, e viver uma feliz com você? Como você é tolinha! Acho que Luna não te ensinou nada!” Ele completou zombando de toda a situação.

Aurora tentava ignorar aquela zombaria, mas quando ouviu o nome da sua mãe, os seus nervos lhe subiram a cabeça novamente.

“Não coloque o nome da minha mãe na sua boca suja!” Rosnou Aurora.

“Preciso levar ela agora, senhor Hanzel. Ela precisa estar no cartório em 45min!” Thomas se intrometeu, aflito, pois por um instante tinha perdido a noção das horas.

Ele temia co que Leon poderia fazer se Aurora não estivesse no cartório no horário marcado.

“Ah, com certeza, ela vai estar, né filhinha?! Lembre-se de ser bem obediente, e comportada! Só um último aviso: antes de você querer armar algum espetáculo no cartório, pense bem em Jessica.” Hanzel a ameaçou, e abriu um sorriso maligno.

Aurora estremeceu imaginando o que o seu pai era capaz de fazer com Jessica, caso não honrasse a sua promessa.