Capítulo 03 – o seu dia só está começando
Em seu avião particular, Leon Ferri passava os dedos concentrado em seu iPad Pro se atualizando das notícias da bolsa de valores, quando foi interrompido pelo seu secretário particular Thomas.
“Com licença senhor Ferri, a reunião com o senhor Klein foi confirmada hoje mesmo para ás 14h. Precisa que seja feito algo a mais?” Disse Thomas com uma voz neutra, que soava automática sempre que estava relembrando a sua agenda.
Leon balançou a cabeça e fez um gesto com a mão que indicava que ele já podia se retirar após de dar aquele aviso.
Mesmo que Leon tivesse pedido para marcar aquela reunião em cima da hora, ninguém recusava o pedido de um homem com tanto poder, influência, território e dinheiro, até mesmo um estúpido como Hanzel Klein.
Assim que Leon terminou de ler as notícias, ele abriu um pouco a janela do banco, e logo avistou Watervill, e ficou observando a cidade de cima com olhos sombrios, se lembrando de tudo que aquela cidade o causou no passado.
Já havia se passado 10 anos desde que saiu de lá, e depois do que conquistou e se tornou, agora era a hora certa de colocar o seu plano de destruir tudo da familia Klein tinha erguido.
Tudo que Leon conquistou foi através da raiva, dor, ódio e a angústia que todo aquele esquema oculto e sombrio daquela cidade o fez passar. Todos os responsáveis iam pagar. Um por um.
Tudo aquilo que Hanzel Klein levantou, ele iria demolir. E queria que ele assistisse, e sentisse toda a dor da perda, e depois o torturar até a morte.
Hanzel Klein devia sangrar e sofrer, assim como muitos daquela cidade sangraram, inclusive toda a família de Leon.
“Senhor Ferri, tem certeza que pretende continuar com esse plano? Watervill vale tanto assim?” Disse seu assistente Freddy. Ele era seu braço direito, e estava sentado ao banco da frente.
Leon o ouviu, fechou a janela, e depois o encarou: “Continuar?” Bufou. E completou com um uma voz firme: “Ainda nem comecei.”
Leon abriu o vidro de whisky, se serviu, e virou o copo tomando tudo em um gole.
Freddy desviou o olhar dele e se serviu um copo de whisky para aliviar a tensão que Leon tinha causado com aquela fala.
Ele estava com ele desde o começo, mas ainda sempre se surpreendia com todos as suas atitudes e habilidades. Ele não ousava ir longe demais nas conversas, apenas fazia o que tinha que ser feito.
Apesar de não ir frequentemente naquela cidade, ele mantinha uma mansão dentro de um condomínio de luxo. Ela sempre estava pronta para a sua chegada.
Toda a sua rotina era passada diretamente para os funcionários ficarem atentos.
Tudo devia ocorrer sob seu devido controle. Na cabeça de Leon, ele não tinha tempo para desperdiçar, apenas quando queria ceder aos seus prazeres e necessidades.
Quando chegou em sua mansão, Nancy o recebeu prontamente.
Ela já tinha 58 anos de idade, e Leon deixava Nancy, sua filha Rose, e sua neta Tina morarem na área de empregados da mansão.
Ela havia sido a sua babá, e conhecido a sua mãe e o seu pai.
E a filha de Nancy, a Rose, teve a gravidez de Tina quando tinha 16 anos de idade. O pai de Tina morreu em uma troca de tiros no mesmo dia que Rose tinha descoberto a gravidez, e Leon ajudou ela atendendo o seu pedido de tirar do colégio e negociar com o diretor para que ela pudesse viver a gravidez em casa. Ele conseguiu negociar tudo para que Rose pudesse viver livre de vergonha.
Leon sentia um carinho fraterno por Nancy, e queria que sua filha, e sua neta vivessem tranquilas.
Por isso, deixou que elas vivessem ali naquela mansão. Pediu para que continuassem trabalhando e mantendo o lugar.
Nancy e Rose eram muito gratas á ele. Ele tinha livrado Rose da vergonha de ser humilhada pelos colegas de sala, e também dos comentários da cidade com a sua gravidez inesperada.
Elas receberam ele como tudo foi solicitado, apesar de Nancy ter uma grande consideração pessoal por Leon, ela tratava sempre com muito profissionalismo, e não dava opinião em sua vida.
Leon quando entrou na mansão não conseguiu dar atenção a nostalgia que aquele ambiente o causava, pois o seu corpo estava cedendo a exaustão das viagens e reuniões.
Subiu para o seu quarto, tomou banho, e tinha planejou tirar um cochilo, para que depois do almoço estivesse pronto para a reunião com Hanzel.
Hoje finalmente ele iria se encontrar com aquele verme.
Enquanto isso, quando Aurora chegou no principal bordel do seu pai, ficou assustada com o tamanho daquele local.
Tinha muitos tipos de ambientes: para o bar, para strippers se exibirem, as salas privativas, os quartos, para eventos e festas comemorativas.
Aquilo não era só um bordel, era um centro para todos os negócios do seu pai. Era tudo em uma coisa só. E chamar de ‘bordel’ era só uma fachada.
Aurora ficou um pouco constrangida quando via mulheres semi-nuas passando com naturalidade com homens recebendo pagamento, e muitas acenavam para os guardas que passavam com Aurora caminhando.
Apesar do clube estar parado naquela manhã, havia alguns clientes que saiam do quarto todos desajeitados, e com roupas amarrotadas.
Quando Aurora reconheceu alguns rostos dos pais de colegas de classe e também de clientes que iam na cafeteria, abaixou a cabeça rapidamente, não queria de jeito nenhum ser reconhecida.
Ela ainda estava sendo levada para mais fundo do grande clube, dava passos largos seguindo o guarda que estava responsável por vigiar desde a fuga.
Nesse outro andar ela ouvia risadas histéricas de mulheres, e uma música alta lenta com uma melodia sensual vindo de uma sala de dança. Muitas mulheres já estavam treinando ali o que elas fariam a noite.
Toda aquela visão de Aurora foi totalmente desfocada quando ela olhou para o guarda falando com o seu pai, ele estava informando que ela já tinha chegado.
Ela estava muito tensa, assustada e atordoada, com os lábios secos, e com a pele fria. Se perguntando o que seria dessa sua vida á partir desse momento.
Haveria chance de terminar seus estudos? Construir a sua própria carreira? Ser livre para tomar as suas próprias decisões?
‘Ah, se pelo menos aquele táxi tivesse acelerado um pouco mais.’ Ela lamentou em seus pensamentos.
O guarda agarrou a puxou e a jogou dentro de um quarto daquele corredor.
Ela cambaleou quase caindo no chão.
“Fique aqui! Eu vou pegar um uniforme de garçonete, trazer um maquiador e cabeleireiro. O senhor Klein disse que você irá trabalhar como garçonete no clube hoje, isso inclui atender nas reuniões, eventos, e durante os shows, servindo sempre que for preciso.” O guarda estava passando as instruções como havia sido ordenado por telefone.
Antes dele sair, Aurora agarrou a manga da sua camisa e disse: “Por favor, não deixe ninguém vir aqui me ver! Pode me trazer o material? Eu mesma posso fazer a minha maquiagem e cabelo. Olhe o meu estado!” Ela implorou.
Ele olhou para a garota, e a princípio ficou encantado com o seu rosto pidão, e inconsciente desceu os seus olhos para olhar os seus seios.
Quando Aurora percebeu isso, deu dois passos para trás.
Ela sabia que qualquer coisa que pedisse naquele local era considerado um favor, e ficar devendo um favor ali poderia condenar o seu futuro.
Ao pensar nisso, um desespero sucumbiu a sua mente, só depois de pedir, percebeu que agiu por impulso por implorar algo ao guarda do seu pai.
O guarda ficou relutante a princípio, mas como o dever hoje era somente trabalhar como garçonete, achou que não devia ser exigente com esses detalhes.
“Tudo bem senhorita Klein, mas não se acostume.” Dessa vez ele ia deixar passa.
É claro que ele queria ter algo com a filha do chefe, mas não ousaria, pois não sabia quais eram os reais planos para ela.
Assim que o guarda saiu, Aurora pegou o seu celular para saber notícias de Dafne, e viu que não tinha nada ali. Ela achou muito estranho, porque a sua amiga sempre mantinha contato.
Depois ela viu que em sua tela de bloqueio havia mais de 30 notificações de Nate. Ela respirou pesado, ver essas mensagens só gerava mais frustração. Precisava cortar laços com ele imediatamente, sem incluir Dafne nisso. Não queria mais problemas para a sua amiga.
Colocou a sua mão tremendo na testa, esfregou, tentando raciocinar. Resolveu mandar uma mensagem pra Nate dizendo:
‘Está tudo bem, não preocupe. Antes de ir dormir hoje, eu te ligo!’ Clicou em enviar.
Depois voltou a pensar em Dafne. E decidiu ligar para ela, mas a chamada só dava na caixa postal.
‘Cadê você? O que aconteceu? Estou muito preocupada! Me mande notícias URGENTE!’ Aurora tava muito preocupada com a amiga.
Logo ela se lembrou dos 37 mil dólares.
Rapidamente abriu o aplicativo do banco com a intenção de transferir todo aquele dinheiro para a amiga novamente.
Quando abriu o aplicativo, recebeu uma notificação do banco que ela estava bloqueada: não podia fazer transferências e nem movimentar a conta.
Aurora franziu a testa. Se pudesse quebraria o seu celular no chão depois de ler aquilo.
Isso só podia ser coisa do seu pai.
‘E agora? Como eu vou devolver esse dinheiro para Dafne?’ Pensou Aurora cada vez mais tensa, e se sentindo sufocada com tantas situações sem saída.
De repente, a porta se abriu, e era o guarda com o uniforme de garçonete nos braços, e com uma maleta que havia acessórios e pincéis de maquiagem.
“Tome banho, descanse, e se você quiser comer algo pode ir até a cozinha das meninas, fica no final do corredor. Não saia desse andar, venho te buscar ás 14h.” Ele instruiu como Hanzel tinha ordenado na ligação.
Antes de dele ir embora, Aurora pediu o seu nome, ele disse rapidamente Dante.
Ela olhou para o uniforme e suspirou pesadamente.
Que tipo de vida levaria á partir de agora? O que o seu pai planejava? Onde estava Dafne? Como ela recuperaria o dinheiro? O que diria para Nate na ligação? Todas essas preocupações giravam em torno da sua cabeça.
Ela caminhou até o banheiro do quarto, ficou observando o novo ambiente, olhou para o espelho, e percebeu que estava com uma aparência cansada. Havia um peso embaixo dos seus olhos, parecia que um trator tinha passado por cima dela.
Colocou tudo que Dante tinha levado pra ela na prateleira do banheiro, estava muito insegura de sair enrolada em uma toalha para se vestir no quarto.
Tinha medo de qualquer guarda ter uma chave reserva e que entrasse sem permissão. Afinal, não conhecia os métodos daquele lugar.
Trancou a porta do banheiro, e tomou um banho quente para tentar relaxar o corpo e aliviar a pressão que estava acontecendo nas suas últimas 24 horas.
Enquanto Aurora se arrumava, ela cantava para se distrair dos próprios pensamentos. A sua avó sempre mantinha a rotina de Aurora ocupada desde quando era criança, ela já havia praticado canto, ballet, piano, aulas de espanhol, alemão, italiano, e francês, ela dizia que um ditado “mente vazia, oficina do diabo”, e não queria que Aurora ficasse pensando muito no seu passado, ou desse atenção as pessoas julgando ela. Ela também cobrava ela nos estudos, e se sobrasse tempo aos finais de semana, elas se dedicavam aos serviços de casa.
Muitas cargas horárias diminuíram quando Aurora começou a trabalhar com a sua mãe no salão de beleza, e depois na cafeteria, mas ela já estava acostumada a levar uma vida disciplinada desde criança.
Grace passava pelo corredor quando ouviu uma voz afinada e doce vindo do quarto que havia sido arrumado na última noite. Ela ainda não acreditava que a filha do patrão havia aceitado a levar essa vida por vontade própria.
‘É obvio que ela quer herdar tudo isso!’ Pensou Grace consigo mesmo.
Logo, avistou Jéssica, gesticulou pra ela vir até onde ela estava. Jessica obedeceu o comando da amiga, e foi até a sua direção.
“Ouça! É ela!” Cochichou para Jessica.
“Pelo jeito, é metida! Já está querendo exibir as suas qualidades!” Exclamou Jessica com inveja.
“Meninas!” A voz autoritária de Ranya veio por trás chamando atenção. “Estou vendo que vocês estão com muito tempo livre! Já acabaram o ensaio por hoje? Se não melhorarem os passos no ‘pole dance’ não vão atrair mais homens, e assim a casa não vai gerar mais lucros, e a comissão de vocês vai decair!” Repreendeu a mulher, ela parecia estar furiosa com as duas.
“S-Senhora Ranya?” Jessica pulou para frente do susto que tomou e segurou no braço de Grace.
Grace olhou assustada para Ranya, e rapidamente recompôs a postura, pois sabia que devia levar aquela mulher a sério.
“Olha para a cara de vocês duas! Como vão seduzir algum homem essa noite? Vocês não estão em qualquer categoria pra ficarem passeando por aí! Precisam se preocupar em manter uma boa aparência, ou não terão nenhuma serventia aqui!” Ranya olhou as duas com desdém como se elas fossem objetos.
“Peço desculpa senhora Ranya, não era a nossa intenção…eu estava indo na sua direção para entregar o caixa que fiz essa noite.” Grace balançou a sua mão direita com o dinheiro que havia recebido da noite anterior.
“Você acha que me engana Grace?” Rapidamente Ranya arrancou o dinheiro da mão dela, e a encarou irritada e desconfiada.
Logo o seu olhar foi para o dinheiro, e ela foi contabilizando ele em seus dedos conferindo a quantia.
“Dez mil doláres?” Ranya disse com um tom esnobe. “Foi isso que você conseguiu arrancar daquele velho mórbido?”
Grace ficou sem palavras apesar que já estava acostumada a ser ofendida por Ranya há anos. Ela não conseguia disfarçar a raiva no seu olhar.
“Tô achando que você precisa ser rebaixada para aprender uma lição, Grace. Você sabe qual tipo de mulheres priorizamos aqui. Se você não consegue tirar mais dinheiro da elite, então o seu corpo, e a sua beleza não são úteis pra permanecer, e você deveria ir para outro clube…é isso que você quer, se juntar aqueles pobretões? Burguesinhos de classe média? Adolescentes desesperados para perder a virgindade? Talvez seja essa merreca que você quer receber! Ou será que talvez você esteja escondendo algo…mas acho que você não se atreveria…não preciso ditar as consequências de novo pra você, não é?” Ranya se aproximou das duas que estavam paralisadas, olhando com arrogância para Grace.
Sem dar tempo para Grace abrir a boca, Ranya encarou Jessica que estava como um coelho encolhido. “E você Jessica? O que você tem pra me entregar?”
“Senhora, e-eu já levei tudo para o caixa que recebi de dinheiro. M-m-meu trabalho terminou mais cedo, p-pois atingi a quantia antes mesmo das 2 horas da manhã, e e-eu estava no treino de pole dance, mas já terminei. Estava voltando para o dormitório.” Jessica gaguejou e seu tom de voz era baixo, ela se sentia culpada mesmo sem razão.
“Hum, é mesmo?! Então por que ainda está aqui, e já não está cuidando dessa sua cara de morta e sonsa?” Ranya aproximou o rosto para perto da Jessica, arqueando a sobrancelha com um tom intimidador.
“E-entendi senhora!” Jessica saiu ás pressas dali diretamente para o seu quarto sem olhar para trás.
Grace revirou os olhos após ver Jessica quase tropeçando de tão rápido que estava o seu andar, e depois olhou para baixo esperando o próximo comando.
“Fique esperta Grace! Posso acabar todo o seu glamour em 5 minutos de conversa com o senhor Hanzel. Sei muito bem o que você está fazendo aqui em frente dessa porta…e se eu descobrir que você guarda algum dinheiro, ou está planejando algo…lembre-se de Clara. Oh, a sua irmã iria sofrer muito, não é?” Ranya disse em um tom baixo e ameaçador perto do seu ouvido. E depois fez um gesto com um olhar que ela já podia ir.
Grace estremeceu com aquelas palavras, cerrou levemente os punhos, deu uma breve olhada aquela porta que tinha ouvido a mulher cantando. Quando Ranya mexeu o seu corpo para o lado para que ela pudesse passar, saiu dali rapidamente.
Ranya se virou para encarar Grace saindo, e depois olhou para aquela porta, girou a maçaneta, e percebeu que estava trancada.
Ela já tinha sido informada que Aurora já tinha chegado. Ela deu três batidas fortes na porta.
Aurora estava assustada, pois tinha parado de se arrumar após ouvir um grito de “meninas” por de atrás da porta do seu quarto, e tinha escutado a discussão das mulheres até Jessica sair.
Ela foi a direção a porta e abriu, viu a mulher com um vestido preto no material de couro, ele destacava bem seus seios volumosos que fitava bem o seu silicone, cabelo preto com corte chanel, olhos com sombra escura, e com um batom vermelho escuro.
A sua presença era dominante, aparentava ter quarenta anos pelo seu rosto mais maduro, mas era bem retocado pela sua maquiagem, Ranya tinha o corpo em forma e tinha uma postura elegante.
“Olha só! Nunca pensei que teria a oportunidade de conhecer a filha de Hanzel Klein na minha vida!” Ranya saudou aquela mulher com um tom alto na sua voz, enquanto olhava o seu corpo de cima a baixo abrindo um sorriso travesso.
‘Ah! Nem eu pensei que ia estar nesse lugar algum dia!’ Pensou Aurora consigo mesma, encolheu os ombros após ouvir a mulher, olhou vagamente para baixo, e depois voltou a olhar para ela.
“Desculpe…Quem é você?” Disse Aurora com uma voz sútil.
Ainda era de manhã, já tinha acontecido muitos transtornos, e apesar de Aurora não querer falar com ninguém, ela não queria problemas, por isso tentou ao máximo manter a educação.
“Sou Ranya Charlotte, olhos e ouvidos de tudo que acontece aqui dentro do clube. Gerencio todas as mulheres aqui senhorita Klein. Seu pai tem confiança em mim desde o começo do negócio, e eu nunca o decepcionei.” Ela sorriu confiante e estufou o peito. Ela ainda notava o semblante da Aurora, e percebia que ela estava insegura e confusa.
“Sabe senhorita Klein, nunca pensei que cederia tão facilmente á esse trabalho por vontade própria. Você devia estar esperando mesmo a morte da sua avó para vir correndo pra aqui…bom, sorte a sua que tem um rosto angelical e um corpo escultural…” Ranya sorriu de canto, entrou no quarto, fechou a porta, e deu passos largos para dentro do cômodo.
Se virou para encará-la novamente e continuou dizendo: “Mas você acha que é só isso que precisa para manter uma vida boa por aqui? É preciso ter um pouco mais de experiência. Diga-me, com quantos homens já dormiu?”
Vontade própria? Rosto angelical? Corpo escultural? Experiência? Era muita informação para Aurora processar.
‘Essa mulher realmente achava que eu escolhi essa vida? É isso que meu pai falou para ela?’ Ao pensar nisso Aurora franziu a testa, e ainda estava em silêncio, parecia que não tinha ouvido a pergunta.
Ela percebeu que a mulher continuava a encarando, esperando uma resposta. Na expressão de Ranya parecia ter alguma expectativa.
“Você sabe do que os homens gostam?” Ranya insistiu na sua pergunta, se aproximando dela, e colocando a sua mão esquerda na cintura fina de Aurora, e depois olhou para os seus seios.
Ela não conseguia ter noção do seu tamanho real, porque Aurora estava vestida com a roupa de garçonete. Era um vestido curto mas modesto que evidencia mais a suas coxas pois era 5cm acima do seu joelho, mas ele não tinha abertura na parte superior para não distrair os funcionários e guardas durante o período diurno.
“Você se toca?” Ranya apertou a mão na sua cintura com a intenção de provocar uma reação em Aurora.
Aurora estremeceu não sabia quais eram as intenções daquela mulher nesse momento, deu um passo para trás ao sentir as suas mãos.
“Dona Ranya, não sei o que está pensando sobre mim, mas as coisas não são assim como aparentam.” Aurora tentou manter uma voz firme, mas a presença intrusa de Ranya e as suas provocações incomodava extremamente Aurora e a deixava insegura.
A mulher soltou um gargalhada teatral.
“Não me diga que a princesinha ainda é virgem?!” Ela disse no meio da gargalhada.
“Não vá pensando que é fácil me enganar, senhorita Klein!” Completou Ranya com um tom amargo.
Sem compreender muito o que ela quis dizer, Aurora continuou observando aquela situação, e estava cada vez mais preocupada.
Ela sabia que não seria bom reagir a nada que acontecesse aquele ambiente, pois ainda não conhecia nada e ninguém. Não sabia do que realmente Ranya era capaz.
“Bom, mas se for esse realmente for o caso, você terá que adquirir experiências senhorita Klein. E eu vou fazer questão de preparar uma noite especial para a sua “primeira vez…” Ranya soltou uma risadinha sarcástica o dizer as duas palavras, e notou a expressão de medo na Aurora. “Aproveite o seu primeiro dia aqui como garçonete, assim que o seu pai der as primeiras ordens para mim, irei fazer questão de aprimorar o seu trabalho, como uma boa putinha de luxo.”
“Cadê o meu pai?” Questionou Aurora espantada com as palavras de Ranya.
Ela tinha que impedir que isso acontecesse, preferia trabalhar como garçonete até atingir sua maior idade.
“Não se preocupe, senhorita Klein. Você vai começar servindo ele na sala de reuniões, com certeza isso é um teste para ver como você se comporta. Ele ainda não me contou qual é o plano pra você, mas te aconselho a ser uma boa menina, porque apesar de ser filha dele, creio que as coisas não vão sair mais fáceis para você, sabe?! Nem quando eu dei o maior orgasmo para senhor Klein, ele não deixava nos seus desabafos após o sexo de desprezar a sua querida filha, dizendo que você não passa de um acidente! Realmente me surpreende a sua atitude de querer começar a trabalhar aqui! Acha que é só abrir as pernas?” Ranya bufou, levantou o queixo de Aurora para olhar em seus olhos, abriu um sorriso sarcástico e exclamou: “Vamos ver que vantagens terá a filhinha do papai!”
Aurora começou a balançar a cabeça com negação espantada com o que Ranya estava enfatizando, e disse em desespero: “Não estou aqui por vontade própria! Meu pai me tirou de casa, me demitiu do meu próprio emprego, e ainda não sei a minha situação no colégio! Eu não quero trabalhar aqui, eu não quero isso pra minha vida!”
Ranya soltou outra gargalhada histérica. Não conseguia acreditar em nenhuma palavra. Para ela, Aurora queria se fazer de coitada e ir conquistando aos poucos tudo e todos que estavam ali.
Aurora respirava nervosa enquanto via Ranya rir da sua cara.
“Use essas habilidades de atriz, senhorita Klein. Vai ser bom pra conquistar muitos clientes no futuro, e fazer os negócios do seu pai faturar cada vez mais!” Ranya se afastou e caminhou até a direção da porta.
“Não me faça perder tempo com essas atuações! E…hum…te aconselho comer alguma coisa antes de começar o seu trabalho, você vai precisar de muita energia, e não vai ser legal se você desmaiar no primeiro dia né?! Lembre-se: o seu dia só está começando.” Após dizer com desdém, Ranya saiu do quarto.
Aurora se sentia um pouco tonta após escutar tudo aquilo.
Se sentou na cama, colocou a mão na testa esfregando. Ela estava á beira de um colapso de estresse. Não conseguia pensar em nada, se tivesse como, sairia daquele lugar correndo agora.
Em outra parte do clube, Hanzel estava no seu salão de reuniões, acedendo um charuto e conferindo os relatórios dos lucros que havia dado a última noite.
Quando finalizou, acenou para Dante que estava parado na porta do ambiente.
Dante se aproximou, e ele disse com uma voz autoritária: “Tudo ocorreu como eu ordenei?”
“Sim, senhor Hanzel. Ela já está no quarto, no corredor da categoria A. Me encarreguei do uniforme, e ela me pediu que ela mesma fizesse a própria maquiagem, e cabelo. Deduzi que isso não era muito importante porque ela só irá trabalhar de garçonete hoje, então não solicitei a presença de cabeleireiro e maquiador.” Dante explicou com um tom ansioso.
“Não faça o que ela pede, faça o que eu mando!” Repreendeu Hanzel. Mas não estava surpreendido com esse pedido, afinal a sua mãe trabalhou os seus últimos anos em um salão de beleza.
“Sim, senhor, só achei que-“ Dante tentava ainda explicar a situação.
“Você não tem que achar nada, só seguir as minhas ordens. Se isso repetir novamente, irá ter consequências.” Repreendeu Hanzel novamente o guarda, dessa vez gritando.
Na verdade ele não se importava com esse fato, só queria mostrar quem manda, e deixar eles nunca poderiam obedecer nenhuma ordem da sua filha.
“Sim senhor Hanzel, isso nunca acontecerá novamente.” Dante disse com firmeza.
“Ótimo!” Hanzel sorriu satisfeito. “E a filha de Domenico Moore?” Perguntou Hanzel com descaso.
“Já cuidamos de tudo senhor Hanzel. Levamos Dafne Moore para casa assim que a encontramos na porta da delegacia, demos um jeito no boletim de ocorrência que ela fez, o guarda que estava no turno era Patrick, e ele tornou a situação muito mais ágil como o senhor mesmo tinha dito. Erico, o guarda que levou Dafne para casa, explicou que negociou com o senhor Moore, e assim que ele viu as imagens e os videos dele mesmo aqui no clube, teve certeza que aquilo destruiria a sua imagem profissional, e a sua esposa faria a sua vida um verdadeiro inferno! Foi o que Erico me contou! Ele disse que dentro de três dias, ele e a sua família sairão da cidade, e irão para a casa no interior á 300km daqui. Nem muito perto, nem muito longe, assim como o senhor ordenou.” Depois dessa explicação Hanzel deu um sorriso de canto, bateu a palma da sua mão na mesa animado, e exclamou uma palavra em alemão que parecia uma comemoração, ele se sentia vitorioso.
“Que pena que eu perdi isso! Gostaria de ter visto a cara desse canalha quando olhou aquele pen-drive! Todos eles fogem que nem ratos!” Disse Hanzel se divertindo com o seu sabor de vitória.
“Nunca se case, Dante! Só assim a sua vida não se transformará em um inferno!” Hanzel aproveitou para debochar e expressar a sua euforia.
“Sim, senhor Hanzel. Este é um ótimo conselho.” Dante concordou, não ousaria atrapalhar o divertimento daquele homem.
“E quais são as prioridades para o dia?” Hanzel tragou o charuto e soltou a fumaça após a pergunta.
“O senhor tem uma reunião com Leon Ferri às 14h. Às 17h com a contabilidade para resolver aquele assunto importante dos impostos, o assistente do prefeito disse que irá comparecer. E hoje à noite tem a reserva do filho do senhor Foster, o nome dele é John Foster, ele decidiu dar a festa de aniversário do seu filho, está no pacote de 200 mil dólares, quer que deixe reservado as melhores mulheres. Já solicitei que se encarreguem disso senhor Hanzel. O senhor vai comparecer no evento?” Dante ditou a agenda casualmente.
“Deixe somente o salão 5 disponível hoje, separe as mulheres que dão menos lucro pra lá, e libere a entrada lateral, não vamos fechar o clube inteiro só porque o senhor Foster contratou o pacote de 200 mil doláres.” Hanzel ignorou a pergunta e disse com um tom arrogante.
“Certo, senhor Hanzel. Precisa de algo á mais?” Dante perguntou.
“Chame Ranya, e peça pra ela vir até aqui preparada! Preciso relaxar um pouco para clarear a minha mente antes dessa reunião com Leon Ferri.” Depois que Hanzel ordenou, ele continuou fumando o seu charuto com o propósito de aliviar a sua tensão.
Sabia que poderia mudar a sua vida negociando com Leon. Ele era influente, e tinha uma enorme expansão no mundo dos negócios em vários nichos em todo o país e exterior. Mas, Hanzel não deixaria se intimidar facilmente.
Seus pensamentos foram interrompidos por uma leve batida na porta.
“Mandou me chamar, senhor Hanzel?” Ranya disse forjando uma voz suave e sedutora.
“Saiam todos!” Gritou Hanzel para os guardas que se encontravam perto da porta.
Quando todos saíram, olhou para direção de Ranya e ordenou: “Tranque a porta!”
Ranya obedeceu, e começou caminhar em sua direção, elegantemente balançando os seus quadris.
Hanzel soltava fumaça do charuto enquanto a observava sem expressão, não dava pra saber se ele estava ou não satisfeito. Ele parecia estar de mal-humor.
Quando Ranya parou em sua frente, ela se arriscou em passar as suas mãos em seus ombros e disse suavemente: “Eu sei bem do que você precisa, meu-“ Ela foi interrompida..
“Ajoelhe-se!” Ordenou Hanzel, ele a encarava como se fosse apenas um meio de utilidade. Logo que sentiu as mãos de Ranya em seus ombros, as tirou rapidamente.
Ranya se ajoelhou, e com o olhar de Hanzel, ela já sabia o que fazer.
Ela começou abrir o seu zíper, e passar a sua mão em cima da sua genitália.
Olhou para ele, e perguntou com a voz baixa: “Senhor, posso começar?”
“Fique embaixo da mesa, assim eu não preciso olhar para sua cara.” Ele disse em tom de desprezo.
Ele gostava de humilhar Ranya por diversão. Gostava que as mulheres se sentisse apenas uma ferramenta de prazer.
Ranya já estava acostumada com esse tratamento. Ele sempre agia de forma fria no começo do sexo, ás vezes ela achava que era até uma fantasia, mas não ousava perguntar nada no começo, apenas fazia o que ele mandava. Era assim que tinha aprendido a sobreviver ao lado de Hanzel.
Então ela foi para debaixo da mesa e começou a relaxá-lo com o seu toque, depois com a boca.
Hanzel continuava com o seu charuto, e respirava pesadamente com tesão e liberando o estresse.
“Mais fundo, vadia!” Hanzel suspirava enquanto Ranya intensificava os seus movimentos com a boca.
Ele colocou o charuto no cinzeiro, e começou a se movimentar fortemente para alcançar o fundo da sua garganta.
Ele socava com força para dentro daquela pequena boca, e ela suportava, mas quase sempre ficava sem fôlego, e lacrimejava por causa da força que ele aplicava no movimento.
Ele soltava uns gemidos abafados, e quando ia chegar ao seu ápice, pediu para que ela colocasse o seu rosto entre as suas pernas para que ele pudesse gozar na sua cara.
Ela agiu rapidamente assim como ele pediu.
Ele segurou a sua garganta com força, e com outra mão gesticulou com um movimento rápido jorrando todo o líquido no rosto de Ranya.
Ela ficou imóvel apenas o encarando com um olhar obediente, recuperando o fôlego. Ele olhou para ela e deu uma leve batida na sua bochecha.
“Muito bem, minha querida!” Ele colocou os seus dedos nos seus lábios. Os cantos dos lábios de Ranya estava borrado com o seu batom vermelho.
“Você gosta do meu sabor?” Hanzel perguntou com um tom de satisfação, ele gostava de olhar dentro dos seus olhos lacrimejando, de ver que ele podia abusar sempre que pudesse daquela mulher quando precisava desestressar.
“Sim senhor.” Disse ela com uma voz baixa e mansa.
“Então implore por ele…” Hanzel olhando ela com um olhar perverso, pegou na sua nuca, segurou no seu cabelo, arrastou a sua cadeira para trás, e deu espaço para que ela pudesse sair debaixo da mesa, ele puxou o seu cabelo em sua direção.
Ranya aguentou aquele impulso e o puxão de cabelo sem gritar, apesar do seu coro cabeludo queimar, ela continuou olhando para Hanzel e disse: “Por favor senhor Hanzel, eu quero sentir o seu sabor nos meus lábios.”
Ele segurou com mais força o seu cabelo sem puxar e continuou a encarando.
“Por favor…por favor, senhor Hanzel, posso sentir mais o seu gosto dentro de mim?” Ela não conseguiu disfarçar a dor após ele segurar mais forte, mas sabia que significava que ela não tinha implorado o suficiente.
Hanzel deu um sorriso de canto, já estava satisfeito com aquele momento, ele só queria que ela se humilhasse mais.
Ranya sabia exatamente como satisfazer as suas necessidades, afinal aquela mulher era só reservada para ele desde quando a trouxe do exterior, apesar dele nunca assumir compromisso com nenhuma desde a mãe de Aurora.
Hanzel tirou ela do centro das suas pernas, soltou a sua nuca, arrastou a sua cadeira para o lugar certo, e abotoou a sua calça.
“Pode ir se limpar! E depois, volte aqui, vou te recompensar, vamos almoçar juntos hoje.” Disse Hanzel com um tom casual com um semblante mais relaxado, aproveitou e pegou um jornal do dia que estava em cima da sua mesa desde quando tinha chegado, e começou a ler as notícias.
“Obrigada senhor Hanzel.” Ranya se levantou, e foi em direção ao banheiro que tinha na sala de reunião, logo que ela se olhou no espelho, e viu a sua cara lambuzada com a sua maquiagem toda borrada.
Começou a esfregar com força para que ninguém percebesse a humilhação que passava, ela tinha que manter a sua imagem de ‘Senhora’ para todos, mas para conseguir o que queria tinha que adotar outro comportamento com Hanzel.
Naquele banheiro do salão de reuniões não tinha o seu material de maquiagem, então ela decidiu que primeiro iria almoçar, e depois se arrumar no seu quarto porque sabia que Hanzel não gostava de esperar por nad.
Logo que acabou de se arrumar, voltou para a mesa, se sentou e não falou nada, apenas ficou esperando o almoço ser servido.
Ela olhou para o relógio e já era meio-dia e quarenta e cinco minutos.
Hanzel percebeu a sua presença, mas ainda mantinha a sua atenção no jornal.
Depois de tudo que Ranya havia passado esses anos, ela queria saber qual tipo de humilhação a Aurora ia receber, lembrando disso ela deu um sorriso distraidamente.
“Mulheres!” Hanzel zombou, terminando de ler o jornal, e colocando o seu olhar no rosto de Ranya, e continuou a sua fala: “Enganam sempre quando podem, basta você ir no banheiro e tirar o reboco que eu posso enxergar os defeitos daquilo que você aparentava ser minutos atrás! Ainda bem que eu te dou condições para você se cuidar, e não ficar uma velha descuidada. Sabe, baby posso ficar com várias mais novas, mas nenhuma faz como a sua experiência. Então, faça tudo que puder para manter o seu rosto belo e jovial, assim sempre você vai poder me dar prazer.” Ele piscou para ela, e sorriu com normalidade.
Na concepção de Hanzel, falar isso era na verdade bom, ele achava que era até mesmo um elogio para Ranya, afinal ele á sustentava, e dava para ela condições para manter todos os seus caprichos. E ele confiava na sua capacidade profissional, ela estava com ele desde o início do negócio, tinha dado direitos para ela cuidar da gestão de todas as mulheres dos clubes. Então ele não se importava de falar o que pensava para ela.
“Você acha que eu estou velha?” Ranya não pode evitar de se sentir ofendida. “Sempre vou fazer o meu melhor por você, senhor Hanzel.”
“Não precisa manter cordialidade agora, Ranya.” Hanzel ignorou a sua pergunta.
Na verdade, ele não achava algum defeito em seu rosto, tão pouco a achava velha, pra ser sincero ela parecia muito mais nova do que aparentava, só queria dar um aviso á ela.
Ranya percebeu que Hanzel estava começando a dar abertura para tratá-lo com mais intimidade. Ela sempre esperava ele chegar esse ponto antes de começar a fazer perguntas.
“Encontrei com a sua filha nessa manhã, ela já estava vestida com o uniforme. Vai mantê-la trabalhando de garçonete aqui no clube ou tem outros planos?” Perguntou Ranya com a intenção de mudar de assunto para que não fosse mais ofendida.
Antes de Hanzel abrir a boca, o almoço dos dois foi servido. Ele colocou a comida em seu prato antes de respondê-la, e após ele se servir, ela fez o mesmo.
“Vamos ver como ela se comporta, e como atrai a atenção dos clientes hoje à noite. Até amanhã de manhã eu vou decidir definitivamente o que irá acontecer com ela. Agora, me atualize do fechamento de caixa de todas as categorias. Como está desempenho das garotas?” Depois de perguntar isso, ele começou a comer.
Ranya começou a informá-lo de todos os acontecimentos da última noite, destacou as melhores e as piores.
Hanzel franziu a testa pois não estava satisfeito que o seu faturamento não estava subindo conforme a sua expectativa. Ele esperava mais desempenho, e colocava mais pressão nas costas de Ranya.
“Chegará uma nova demanda de mulheres essa noite, a maioria são estrangeiras, separe as que tem melhor aparência, e se tiver, as virgens, na categoria A, e as outras mande para os outros clubes inferiores, pretendo negociar o valor dessas.” Informou Hanzel com uma voz de comando, terminando a sua refeição.
“Certo. Quantas serão?” Perguntou Ranya.
“Vinte. Por volta das 23hrs estarão na ‘dispensa’. Acostume elas com o novo ambiente. Você sabe…sempre tem umas que se assustam com o que escolheram e querem fugir. Não deixe que tenham escapatória!” Hanzel disse em tom frio, apoiando as suas mãos na mesa, e olhando seriamente para ela.
“Pode deixar, elas serão muito bem instruídas! Irei preparar umas experiências divertidas para testar a capacidade conforme a sua categoria.” Ranya disse devolvendo o olhar sério para Hanzel.
Hanzel sorriu satisfeito com a sua resposta, e disse: “Você nunca me decepciona.”
Ranya sorriu de volta, aliviada por ouvir aquilo depois de ter levado desaforo minutos atrás.
Quando Hanzel terminou a sua refeição, e viu que ela também, ele começou a dar ordens:
“Chame os guardas de volta, volte para a categoria A, e prepare Aurora para começar a trabalhar imediatamente. Ela vai começar servindo na reunião das 14h com Leon Ferri.” Hanzel voltou a usar o seu tom autoritário.
‘Leon Ferri? Meu Deus, o empresário e o maior produtor da indústria de entretenimento: Leon Ferri?!’ Ranya pensou e ficou supresa com aquela notícia.
‘Com certeza o meu trabalho estava sendo ótimo para alcançar até mesmo Leon Ferri para reuniões. Algum cliente de alguma mulher da categoria A deve ter amizade e contado pra ele a sua experiência no clube que chamou atenção.’ Ela estava animada com os próprios pensamentos.
Hanzel olhou para o relógio, percebeu que Ranya estava distraida, e gritou com Ranya: “Depressa!”
Ranya levantou rapidamente assustada com a sua mudança de humor e grosseria.
“Sim senhor, já vou prepará-la!” Ranya saiu dali com uma postura elegante caminhando rapidamente. Chamou os guardas e foi em direção do corredor da categoria A.